2º dia da AGRO com agropecuária sustentável em destaque na cultura do norte e centro
2º dia da AGRO com agropecuária sustentável em destaque na cultura do norte e centro
O segundo dia da AGRO volta a ser marcado pelo sucesso. Entre provas dos produtos típicos, almoços e jantares nos restaurantes de Carnes de Denominação de Origem Protegida (DOP), e conferências que serviram de ponte para o conhecimento científico, o evento revela-se um espaço de experiências enriquecedoras. Workshops, showcookings e o espetáculo com os majestosos Cavalos Lusitanos finalizou um dia inesquecível. No coração da feira, a agropecuária convidou a uma reflexão sobre a sustentabilidade e o respeito pela natureza, tecendo laços mais fortes entre a comunidade e as raízes do campo.
Esta sexta-feira, dia 22 de março, no stand da Expourense, realizou-se a cerimónia oficial do Dia da Galiza. A AGRO proporcionou um palco ideal para destacar a cooperação transfronteiriça entre a Galiza e o Norte de Portugal, com a presença marcante da província de Ourense no evento. Representando a província, estiveram presentes o Chefe de Serviço de Turismo da Xunta de Galiza, Cecilio Santalices, e o Diretor-Geral da Expourense, Rogelio Martínez. A iniciativa contou ainda com a presença do vereador do Município de Braga, Altino Bessa, o administrador executivo da InvestBraga, Carlos Silva, o diretor operacional, José Olímpio e o coordenador comercial de Feiras e Eventos, Henrique Martins.
A Expourense tem promovido ativamente a colaboração entre as duas regiões, destacando o potencial do termalismo, gastronomia, turismo ativo e vinho, áreas que ambas compartilham e que são essenciais para o desenvolvimento regional.
Durante a visita oficial ao stand da Expourense, os visitantes tiveram a oportunidade de degustar produtos galegos, incluindo vinhos da Denominação de Origem Monterrei e tapas típicas, numa demonstração do compromisso contínuo da Expourense em promover os recursos e produtos da região ao longo do ano. Além disso, foram destacadas algumas das próximas iniciativas promovidas pela Expourense, incluindo a Termatalia, a XANTAR e o Sportur Galicia, eventos que continuarão a fortalecer as relações transfronteiriças e a impulsionar a competitividade das empresas locais, especialmente dos pequenos produtores e cooperativas. Para Carlos Silva, “este tipo de iniciativa que celebramos anualmente na feira AGRO, serve para promover os produtos das duas entidades, mas principalmente para fortalecer os laços, com mais de duas décadas, entre ambas.” A AGRO desempenha um papel fundamental na promoção e divulgação de produtos, servindo como ponto de encontro para empresas agroalimentares de Portugal e da Galiza.
Tal como ontem, a manhã coloriu-se com a presença de milhares de crianças e associações, que rumaram ao Altice Forum Braga, alguns pela primeira vez, para uma visita a uma das mais importantes feiras do norte do país.
A grande novidade do dia foi o espetáculo “Cavalos Lusitanos – Som, Luz e Fado”, promovido pela InvestBraga e Coudelaria da Malafaia. Localizado na zona exterior, no patamar superior da feira, uma das grandes novidades, levou centenas de pessoas a assistir a um espetáculo envolvente de música, dança e fogo.
O Concursos Nacional da Raça Bordaleira de Entre Douro e Minho e Churra do Minho, promovido pela Associação dos Criadores de Bovinos de Raça Barrosã (AMIBA) e o Concurso da Raça Arouquesa, promovido pela Associação de Criadores do Maronês (ACM), atraíram a atenção de todo o público. Os cuidadores levaram a palco os melhores exemplares de cada espécie autóctone, de beleza incontestável. A decisão dos júris foi difícil. Todas as categorias foram premiadas, destacando-se no primeiro concurso a criadora Kelly Pereira, seguida de José Manuel Carvalho, Sandrina Pereira e Cândido Vieira. Já no concurso de bovinos os grandes vencedores foram António Pereira Sousa, seguido de Luís Lopes, Clara Carocha Gente, José Fraga Gaspar e José Noé Campos Sousa.
Já na área externa da feira AGRO, as tendas tradicionais de animais apresentam mais de 500 exemplares, incluindo cavalos lusitanos, galinhas, ovelhas e vacas de raças autóctones, além das raças Limousine, Angus e Holstein Frísia. Este setor da feira atraiu a atenção de milhares de crianças no último dia antes das férias escolares.
O cuidado com os animais é compartilhado entre produtores e alunos de escolas agrícolas parceiras. Um exemplo é a Casa Escola Agrícola Campo Verde, situada na Póvoa de Varzim, que há 12 anos participa do evento. A instituição trouxe os seus alunos do curso profissional de agropecuária para praticar a interação com o meio agrícola, realizando atividades como limpeza e alimentação dos animais, o que contribui significativamente para a sua formação.
O professor responsável pela Casa Escola Agrícola enfatizou a importância do bem-estar animal durante o evento, mencionando as precauções adotadas para assegurar uma exposição confortável, especialmente diante das altas temperaturas apontadas na sexta-feira e para sábado. Medidas como a preparação de camas de palha, que são regularmente higienizadas, além da disponibilização de banhos e ventiladores, foram implementadas para atender às necessidades dos animais.
Além disso, o professor ressaltou a diversidade do corpo estudantil, observando que uma parcela significativa dos alunos é originária dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP). Estes alunos escolheram Portugal para sua formação educacional, atraídos por acordos estatais que visam suprir a demanda por mão de obra qualificada nas áreas agrícola e pecuária.
A exploração Vilas Boas e Pereira, de Ponte de Lima, Balazeiro do Sobrado, em Vila do Conde, e Irmãos Correia da Silva, da Póvoa de Varzim, formam a equipa Holstein Genetics, um grupo de produtores independentes de vacas Holstein Frísia presentes na tenda da AGRO. Este grupo participará do Concurso Pecuário, agendado para o próximo domingo, às 14h00, destacando-se pela meticulosa preparação de seus bovinos, descritos como “atletas de alta competição” - um processo que começou meses antes do evento.
A preparação envolve uma dieta específica, elaborada por nutricionista, ajustada às diferentes fases de desenvolvimento dos animais, visando atingir um padrão morfológico ideal. Os critérios valorizados na competição são as características associadas à saúde do animal – “Um animal com os membros simétricos e com demonstração de força, é um animal saudável, que caminhará sem problemas, que viverá bem” – reiterou Júlio Amorim, produtor.
Antes de entrarem no ringue de concursos, os animais passam por um processo de preparação que inclui tosquia, banhos e cuidados especiais com o pelo, para que este apresente um brilho destacado, refletindo a "beleza máxima". O concurso valoriza também o refinamento, a feminilidade, o pescoço alongado e a boa musculatura.
O produtor destaca a sustentabilidade da produção pecuária, enfatizando o seu papel na economia circular. Segundo este, o cultivo de alimentos para os animais contribui para o sequestro de carbono nos campos. Após a alimentação, os dejetos animais são utilizados para enriquecer o solo, melhorando a qualidade para futuras culturas. Amorim enfatiza a reutilização desses resíduos - “Os dejetos dos animais não são lixo, são reaproveitados!” - e menciona que o solo é cuidadosamente analisado para suplementação apenas quando necessário, aproveitando-se ao máximo o ciclo natural.
A proximidade entre os locais de produção de alimentos e os animais, limitada a um raio de 15 km, minimiza significativamente o impacto ambiental relacionado ao transporte. Amorim aponta que a alimentação suplementar representa somente 8% do total consumido pelos animais, evidenciando a eficiência e sustentabilidade do sistema. Além disto, a utilização de painéis solares nos telhados dos estábulos contribui para a produção de energia, reforçando o compromisso com práticas ambientalmente responsáveis na pecuária. “Somos altamente sustentáveis!”.
A preocupação com o distanciamento entre o público e o universo da produção pecuária foi expressa pelo grupo. Os produtores observam uma lacuna significativa no conhecimento geral sobre as operações agropecuárias e suas práticas sustentáveis, ressaltando a importância de uma maior divulgação sobre o assunto. "Existe um desfasamento entre a realidade da agropecuária e a perceção pública," aponta, sublinhando a urgência em compartilhar mais amplamente as práticas, tecnologias, os saberes, e a cultura intrínseca ao setor.
O compromisso com o bem-estar animal foi enfatizado como um princípio fundamental, tanto nas produções como nos eventos como a AGRO. "Asseguramos as melhores condições para os animais, em todos os contextos. Os produtores são os primeiros a zelar pelo bem-estar dos animais," explica Júlio Amorim, destacando que o cuidado e a saúde dos animais são prioritários, pois um animal bem tratado é um animal saudável e produtivo. Essa dedicação vai além do cumprimento legal, refletindo um profundo respeito pelos animais.
Na manhã de sexta-feira, o Altice Forum Braga acolheu a conferência com o tema "O papel da proteína animal no futuro da alimentação", organizada pelo Grupo Campicarn, patrocinador oficial do evento. O encontro, lotado pelos jovens estudantes em visita à AGRO, concentrou-se em discutir o equilíbrio entre uma alimentação saudável e os desafios ambientais atuais.
Ada Rocha, da Faculdade de Ciências da Nutrição do Porto, destacou a complexidade dos desafios alimentares globais, introduzindo o conceito de "sindemia" para descrever a interação entre várias crises globais, como alterações climáticas e obesidade. "A nossa recomendação é norteada pelos desafios que o mundo e o ambiente estão a enfrentar," afirmou, sublinhando a necessidade de uma ação coordenada contra essas tendências. A especialista alertou para o risco de não se alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, especialmente os relacionados com a erradicação da fome e a sustentabilidade na produção e consumo, até 2030. "É necessário uma mudança para uma dieta mais saudável. Vamos ter de mudar radicalmente a nossa alimentação."
Rocha também propôs a dieta mediterrânica como um modelo de alimentação equilibrada, que combina diversidade de produtos vegetais e uma menor quantidade de produtos de origem animal. "Comer melhor não é necessariamente comer mais carne. É necessário incluir mais frutas e hortícolas, principalmente na alimentação dos jovens," explicou, promovendo uma abordagem que valoriza a qualidade e origem dos alimentos.
Por sua vez, Raquel Leitão, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, focou na importância das dietas tradicionais e na sua relação com a natureza e cultura locais. "Ao perdermos as dietas tradicionais, estamos a perder um património, um conhecimento, habilidades, representações, lugares, uma ligação íntima entre as populações e a natureza," disse, evidenciando a riqueza cultural e biológica que as dietas tradicionais representam. O evento assinalou a necessidade de uma reflexão profunda sobre o papel dos produtos animais na alimentação contemporânea, encorajando um regresso às raízes e uma valorização da produção e dos locais.
Pela mesma hora, decorria no pequeno auditório a sessão da Confagri, denominada “Inovação e Tendências de Consumo no Setor Agroalimentar”.
Este encontro focou-se na qualidade da alimentação e na implementação de práticas de economia circular no setor, explorando como os subprodutos agroalimentares podem ser reutilizados em vez de descartados.
Durante a sessão, destacou-se o projeto inovador da start-up "Wine Lees", fundada em Vila Real por uma equipa interdisciplinar composta por um dentista, um padeiro e um enfermeiro, alunos da universidade local. A empresa pioneira utiliza as borras de vinho - um subproduto da produção vinícola - na criação de alimentos, tais como pães, bolachas e mousses. Com o suporte académico e infraestrutural do laboratório CITAB, a equipa investiga as propriedades antioxidantes das borras de vinho, desenvolvendo alimentos ricos em fenóis e antioxidantes, apresentando assim uma abordagem inovadora ao consumo de vinho.
A iniciativa não é isolada na região. A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) tem igualmente canalizado esforços para otimizar a utilização de resíduos vinícolas. Atualmente, estes subprodutos encontram aplicação não só na indústria alimentar, mas também em setores como o cosmético e o farmacêutico, exemplificando o potencial da reutilização de resíduos na criação de valor e na sustentabilidade do setor agroalimentar.
Durante esta sexta-feira decorreram ainda os seminários “Assembleia Geral da APROLEP - Associação dos Produtores de Leite de Portugal”, a Apresentação do Projeto FUTURAGRI e Desafio da PAC, pela Quinta Pedagógica de Braga e FUTURAGRI, a “Proteção do Milho Contra Infestantes e Pragas”, pela SIPCAM Portugal, a “Estratégia do Prado ao Prato”, pela Ordem dos Engenheiros – Delegação Distrital de Braga, o Seminários dos Secretários Técnicos da Bovinicultura, pela FERA, “NANTA Dairy 360º - Inovação na Produção de Leite”, pela Nanta, e a mesa redonda “Agricultura no Norte: Que Futuro?”, pela UTAD.
O Pelouro da Educação e a ATAHCA, ensinaram os mais pequenos a combater o desperdício alimentar numa sessão dinâmica e interativa que prendeu a atenção de quem passava. Os showcookings animaram e deliciaram os visitantes que passavam pelo pavilhão do Altice Forum Braga, com pratos tradicionais como arroz de frango, pela escola Profitecla ou um showcooking de promoção ao queijo fresco, organizado pela ALIP e o Projeto Leite é Vida. O Município de Esposende juntamente com o IPCA, deram a provar uns pastéis de massa tenra de bacalhau com natas e frango na púcara, pelas mãos do chef Eurico Peixoto, Pedro Antunes e Dina Varela. Também os alunos de turismo ambiental e rural de São Tóme e Principe, da Casa Escola Agrícola Campo Verde apresentaram um doce típico “loço doxi”, ao som envolvente de música africana. O projeto Amar o Minho proporcionou uma degustação da “Rota do Loureiro de Amares”, enquanto a confraria BAFA, trouxe o chef Leonel do Grupo Mélia para confecionar um arroz de pato à moda antiga, acompanhado numa harmonização de vinhos da Quinta da Pegadinha.
Neste sábado soalheiro são esperados milhares de visitantes. A programação torna-se mais lúdica, tendo como principal objetivo atingir as famílias que vêm a passeio. Poderão assistir aos concursos pecuários da Raça Minhota, Cachena e ao primeiro concurso de preparadores e manejadores de vacas Holstein Frísia. As crianças vão por a mão na massa nos workshops da Quinta Pedagógica de Braga, denominados “Sacos de Cheiro e Sementeiras” e aprenderão a técnica do maneio do cavalo. Pelas 10h00 vão passear na charrete puxada a cavalo e pelas 15h00 farão a volta de batismo.
A música ecoará pelo recinto ao longo da tarde, com as atuações dos Bomboémia e Augustuna. Pelas 17h00, rumaremos todos ao picadeiro para assistir ao espetáculo Cavalos Lusitanos – Som, Luz e Fado. No primeiro dia do fim-de-semana, a feira termina pelas 24h00.
A todos os visitantes, a AGRO apela à contribuição para a causa solidária deste ano –“Agro AMA a Ucrânia”. AMA é o acrónimo que representa Alimentos não perecíveis, Medicamentos e Aquecimentos (agasalhos ou pequenos aquecedores). À entrada da feira estão presentes a Associação Luso Ucraniana, que recolherá todas as doações.
A 56.ª edição do certame, que decorre até 24 de março e conta com a participação de mais de 220 expositores espalhados por uma área de 25 mil metros quadrados.
A feira apresenta de novo um vasto e diversificado programa de conferências e seminários e, também, um espaço dedicado a demonstrações, apresentações e degustações.
Conheça mais sobre o programa da feira em: https://tinyurl.com/agroprograma
Bilhética
Até aos 12 anos (inclusive): Bilhete Gratuito (atribuído na entrada)
A partir dos 13 anos: 3,50€ (compra no local)
A partir dos 13 anos: 3,00€ + Taxa de Serviço (compra antecipada via Meo Blueticket)
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